A novela Uma Família Portuguesa, um pequeno grande livro, é, como se lê no subtítulo, uma história da vida real feita de sangue suor e lágrimas e flui aos borbotões. Quem me contou a história foi a Lília, que não se cansava de me falar dos seus antepassados Judeus, Alemães e Comunistas, fugidos da emergência do terror Nazi.
Os principais e primeiros personagens são Hans Voss e Julius Voss, que fogem de Munique, de que Hans gostava e Julius amava, na ânsia de salvarem a vida. Deixam a mãe em Zurique em casa de uma parente e, num carro comprado em segunda mão, atravessam a Suíça e a França, com destino a Barcelona, onde também têm parentes. Hans, com o seu físico imponente, as feições atraentes, os olhos azuis e os cabelos de um loiro arruivado, encontra em Barcelona a mulher dos seus sonhos e uma pátria, a República, onde ser Judeu não é um delito. Casa com Marí, sua parenta afastada, que adopta, como fizera o pai dela, o apelido Blanes. Julius um judeu introvertido de cabelos castanhos-claros e um físico poderoso feito por ele no ginásio, com muito esforço, adopta também o apelido Blanes, e passa a chamar-se Elias em vez de Julius em homenagem à condição dos judeus, embora seja ateu.
Afinal, Elias consegue chegar a Moscovo e interrogado pela NKVD, foi desterrado para o Gulag, ilha de Kolima de onde fugiram ele e os demais condenados do barracão número 723.
Este pequeno grande livro passa pela Guerra Civil de Espanha e pelo Gulag quase no fim do mundo.
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